Como é que se controla o incontrolável? Como é que vou ficar menos ansiosa se o problema que leva a ansiedade por sua vez se agrava com esta última que num crescendo leva a outros problemas e que talvez nem fossem realmente problemas mas nesse bolo (com dose extra de fermento) não conseguem serem vistos menores do que problemas e se se mantém o silêncio seja talvez pra não estourar, porém o silêncio também cresce e se torna insuportável. E aí cada um resolve o não-resolvido não resolvendo-o das formas possíveis. E as formas bizarras e menos fáceis de suportar tomam conta. Miguel se fecha, não consegue tocar no assunto e explode. A BBBia chora e sofre fisicamente sem encontrar motivo. Eu com a ajuda do GP me diagnostico com uma síndrome. Caramba, e essa casa vou te contar, além de todos os problemas agora são os bichos. Pois eu achava que Inglaterra era asséptica. Só cachorros na coleira, pombos de raça nos parques, uma ou outra raposa nas ruas escuras e os meus favoritos esquilinhos! Agora é invasão de lesmas durante a madrugada, aranhas no teto do quarto e uma na banheira, rato que come chocolate importado no quarto da mexicana. E de um dia pro outro apareceram essas barulhentas-gordas-varejeiras-verdes-peludas-moscas. Surgem do nada, Uma já está mortinha na lixeira, me deixa dormir! E eu que já as coletei com puçá usando peixe podre no sol como isca. Já alimentei suas fêmeas com fígado fresco de boi para que pudessem se reproduzir. Já dei água e açúcar como forma de energia pra sobreviverem. Dieta balançeada para as suas larvas crescerem fortes e saudáveis. Mas as fiz comerem umas as outras, irmãs de primeiro grau filhas da segunda geração, as mais fortes consumindo as mais fracas. Será que vieram se vingar? Será que mesmo tendo se passado milhões de gerações após, o râncor delas por mim, que só fiz foi dar alimento, está inserido no DNA dos tetra-penta-hectanetos? Essas moscas malditas que são engolidas pelo próprio ciclo.
segunda-feira, 30 de abril de 2007
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