Parece que as coisas estão paradas nesse final de ano, meio no ar, como se tudo estivesse em suspensão, sob efeito de gravidade 0, e só esperando a rotina retomar junto com o ano novo pra tudo cair sobre nossas cabeças, de repente!
Não ando com vontade de escrever, mas não estou mais parada. Acho que ando querendo absorver. Fico lendo a Clarice Lispector, pra cima e pra baixo. O livro se chama 'Aprendendo a viver'. Ela fala de coisas que nos atormetam sem que percebamos, e acabo sentindo um grande alívio quando leio seus contos. Acho que é alívio por saber que alguém antes de mim já conseguiu expressar os sentimentos mais corriqueiros do dia-a-dia e por isso não faz mal então se eu também me importar com eles. Mas também me dá um pouco de agonia. Porquê tem frases muitos especiais lá dentro... tem frases que explicam tudo o que eu precisava saber em algumas poucas palavras. E queria guardá-las pra mim, pra quando eu precisar num momento de pensamento qualquer. Comprei caneta marca-texto mas o livro não é meu então não posso sair grifando... e mesmo que fosse, iria grifar o livro inteiro? Terei capacidade de lembrar de tudo?
Só sei que o livro está sujinho e quando terminar de ler já me pediram emprestado, mesmo não sendo meu. E em troca receberei mais dois dela, que também não são de quem vai me emprestar. O mais engraçado que descobri é que o meu processo de ler a Clarice concide com o processo de outras pessoas também: primeiro lê quando é mais jovem e não gosta; depois alguém sugere mas a lembrança ruim não deixa começar; aí quando finalmente começa podem acontecer duas coisas: (1) se estiver num momento menos sensível a leitura é esquisita, meio louca e não diz nada, ou (2) cada palavra faz sentido, as frases foram escritas especialmente para aquele minuto da vida do leitor, os assuntos dos contos vão surgindo na exata ordem em que a vida está sendo vivida... e aí fica aquele coisa meio mágica e meio de arrependimento por não ter começado a lê-la logo de cara quando sugeriram da primeira vez! É, tenho que dar o braço a torcer, valia a pena. Mas acho que comecei exatamente na hora certa!
Não ando com vontade de escrever, mas não estou mais parada. Acho que ando querendo absorver. Fico lendo a Clarice Lispector, pra cima e pra baixo. O livro se chama 'Aprendendo a viver'. Ela fala de coisas que nos atormetam sem que percebamos, e acabo sentindo um grande alívio quando leio seus contos. Acho que é alívio por saber que alguém antes de mim já conseguiu expressar os sentimentos mais corriqueiros do dia-a-dia e por isso não faz mal então se eu também me importar com eles. Mas também me dá um pouco de agonia. Porquê tem frases muitos especiais lá dentro... tem frases que explicam tudo o que eu precisava saber em algumas poucas palavras. E queria guardá-las pra mim, pra quando eu precisar num momento de pensamento qualquer. Comprei caneta marca-texto mas o livro não é meu então não posso sair grifando... e mesmo que fosse, iria grifar o livro inteiro? Terei capacidade de lembrar de tudo?
Só sei que o livro está sujinho e quando terminar de ler já me pediram emprestado, mesmo não sendo meu. E em troca receberei mais dois dela, que também não são de quem vai me emprestar. O mais engraçado que descobri é que o meu processo de ler a Clarice concide com o processo de outras pessoas também: primeiro lê quando é mais jovem e não gosta; depois alguém sugere mas a lembrança ruim não deixa começar; aí quando finalmente começa podem acontecer duas coisas: (1) se estiver num momento menos sensível a leitura é esquisita, meio louca e não diz nada, ou (2) cada palavra faz sentido, as frases foram escritas especialmente para aquele minuto da vida do leitor, os assuntos dos contos vão surgindo na exata ordem em que a vida está sendo vivida... e aí fica aquele coisa meio mágica e meio de arrependimento por não ter começado a lê-la logo de cara quando sugeriram da primeira vez! É, tenho que dar o braço a torcer, valia a pena. Mas acho que comecei exatamente na hora certa!
Um comentário:
É a escrita intensiva de Clarice! O que dizer dessa mulher? Ela é simplesmente Clarice. Que bom que você a redescobriu! Beijos!
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